Ato I
Sem rumo. Assim andava um viajante pelas estradas da vida. "Cada passo é teu tormento", pensou ouvir em sua cabeça o viajante, como uma idéia difusa que surge do nada, captada livre e sem compromisso de ficar ou partir. Ao seu lado estava um velho, nem sequer o havia notado quando este proferiu-lhe as primeiras palavras.
"O que buscas?"
Era um velho sentado a uma pedra. Barbas brancas. E rosto queimado de sol. Como se estivesse também a vagar pelas estradas e, descansando do corpo, sua mente escolhesse abrigo em um silencioso diálogo com as pedras. Por um breve instante, respirou o ar do mundo e falou ao viajante.
"Tudo na vida é passível de controle, exceto as pessoas."
O viajante não compreendeu, ainda não estava pronto para o entendimento do velho mas mesmo assim retrucou.
"E por que as pessoas seriam diferentes?". E continuou. ''Somos todos terra da mesma Terra e diz-me que somos uma exceção?"
O velho sorriu. Era tudo tão simples. Poderia dar demonstrações, provas e teoremas de seu universo quântico. E se lembrou, então, do tempo em que tudo isso era também nebuloso para ele. Preferiu duas palavras.
"Livre arbítrio."
O sol despendia uma energia calorosa quando viu-se que era hora. Havia de se despedir. A noite chamava-o para uma bela e estrelada madrugada mas este insistia em ficar. Suas horas haviam expirado e as leis da natureza não falharam. Não podia desafiá-las. Nem os homens podem.
O viajante olhou ao seu redor.
O velho havia sumido.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
O retorno
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Mudança,
Estou retornando ao blog,por que?
Acho que é para melhorar a minha produção de textos,apesar que melhorar em
um blog é meio difícil, mas pelo men...
Há 8 anos
2 comentários:
Velho.....
Você teve a manha 2x...
a primeira foi o texto que ficou foda... intrigante, posta logo os outros atos.. a segunda foi licenciar isso!!!
idéia fabulosa cara! depois me passa as manhas ai de se fazer tudo isso!
huahuh eh Samuel,
possivelmente este "velho" aih vai passear por um longo tempo =P
não tenho seu jeitão de poeta, às vezes é melhor nem arriscar, pra não passar vergonha =)
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